sexta-feira, 7 de junho de 2013

Consulta Pré-concepcional

Consulta Pré-concepcional

A consulta pré-concepcional ainda está longe de ser generalizada. A melhor prova disso é que muita gente ainda pergunta: a consulta quê? Ou seja, a primeira medida que uma mulher deve tomar quando planeia engravidar acaba por nunca acontecer e muitos dos problemas que surgem depois podiam ser antecipados e evitados se a mãe tivesse consultado o seu médico antes de engravidar.
São sempre pedidas análises clínicas que permitem avaliar a saúde da mãe e averiguar a existência de agentes que possam interferir com a gravidez. Vai apurar-se se a mulher está imune à rubéola, ao tétano, à toxoplasmose, se é portadora de algum vírus (hepatite B, citomegalovírus, HIV). No caso de haver alguma doença crónica, a medicação é controlada já a pensar na gravidez. Também pode ser necessário prescrever uma dieta, se as condições de saúde não forem as melhores.
Além disso, recomenda-se a toma de um suplemento de ácido fólico nos três meses anteriores à concepção, pois sabe-se que esta medida reduz significativamente os riscos de o bebé desenvolver malformações do tubo neural, provocados por um deficiente desenvolvimento do sistema nervoso central. Estima-se que nasçam mais de 100 crianças em Portugal, todos os anos, com este tipo de mal-formações. De acordo com a Associação de Spina Bífida e Hidrocefalia de Portugal (ASBIHP), se as futuras mães consumissem ácido fólico em quantidades suficientes antes de engravidarem, seria possível diminuir até 75 por cento a possibilidade de os bebés nascerem com malformações do tubo neural.
A consulta pré-concepcional deve ser feita com o médico ginecologista-obstetra. Ele fará também um exame ginecológico - que deveria ser feito anualmente, mas que muitas mulheres adiam ad eternum, - com rastreio de algumas doenças da mama e do útero. Para isso, será feita uma colheita de células - completamente indolor - para exame citológico cervico-vaginal e é feito um exame mamário para averiguar a existência de nódulos suspeitos.
Prepare-se também para um inquérito exaustivo - sobretudo no caso de o médico estar a vê-la pela primeira vez - que inclui a história clínica da mãe e do pai. Saber se já esteve grávida e conhecer a história da gravidez ou gravidezes anteriores, bem como do parto ou partos, é importante para a futura gravidez e parto.
Os casais com maiores probabilidades de transmissão de uma doença genética aos filhos são identificados e orientados - pode ser aconselhável recorrer a métodos de fecundação medicamente assistida, como a selecção de embriões (por exemplo, no caso da hemofilia).
Diagnosticar e eliminar factores de risco para a futura gravidez é, assim, o objectivo principal desta consulta. E porque já bastam aqueles que não podem ser controlados, pelo menos que se faça tudo o que é possível para reduzir ao mínimo esses riscos.
Não deve engravidar sem antes:
  • Identificar o grupo sanguíneo, para evitar incompatibilidades de RH;
  • Estar imunizada contra a rubéola. Se pesquisa de anti-corpos indicar que não existe imunidade, a mulher será aconselhada a fazer a vacina contra a rubéola. A vacina é o melhor método de prevenção contra esta doença que pode provocar mal-formações no feto, mas não pode ser dada se a gravidez já estiver em curso. Depois da vacina, deve esperar-se três meses antes. Só após esse tempo, é seguro engravidar.
  • Averiguar se existe imunidade contra a toxoplasmose e descartar a hipótese de haver uma infecção em curso.
  • Averiguar o estado do sistema imunológico em relação ao vírus da hepatite B e do HIV.
  • Averiguar se existe uma anemia e, em caso afirmativo, restabelecer o nível ideal de glóbulos vermelhos.
  • Avaliar se existe um excesso ou défice acentuado de peso em relação à altura. Em qualquer destas situações, é aconselhada uma dieta adeaquada.
  • Saber se existe hipertensão arterial ou alguma cardiopatia.
  • Averiguar se existe diabetes ou alguma afecção do fígado ou dos rins.
  • Abandonar o consumo de álcool e/ou o hábito de fumar, bem como suspender medicamentos e drogas que possam ser prejudiciais ao bebé.
  • Fazer uma consulta no dentista, caso não tenha feito há menos de um ano.
Fonte: http://www.paisefilhos.pt/

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